Campanha nas farmácias alerta para perigos de compra de medicamentos ilegais

A Cooperativa dos Proprietários de Farmácia – Cooprofar anunciou o lançamento de uma campanha com o objetivo de combater “um dos maiores flagelos de saúde pública da sociedade global da atualidade”, a venda de medicamentos ilegais. Com o lema “A compra de medicamentos ‘online’ pode matar. Quer arriscar?”, esta campanha, que vai ser divulgada nas farmácias, pretende “alertar as pessoas para os elevados perigos para a sua saúde e incentivar a compra de medicamentos nas farmácias”.

 

Em comunicado, a Cooprofar esclarece que a campanha dá um enfoque à venda de medicamentos pela internet, uma vez que é “um veículo facilitador de comércio à escala global, mas que muitas das vezes é difícil de controlar pelas autoridades, pelo que a consciencialização das pessoas é muito importante”.
“Estes medicamentos são produzidos em laboratórios clandestinos, por organizações criminosas e muitas das vezes fabricados graças à exploração laboral. Não são alvo de qualquer controlo por parte das entidades reguladoras, não oferecendo por isso qualquer garantia de qualidade ou segurança a quem os consome”, acrescenta.

 

Dados disponibilizados pela Cooperativa dos Proprietários de Farmácia referem que, em 2014, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos da Saúde (Infarmed) emitiu 5.731 pareceres relativamente a medicamentos ilegais, resultando na apreensão de 23.834 embalagens, correspondentes a 476.829 unidades possivelmente medicamentosas.
Os principais medicamentos detetados correspondem aos utilizados para tratamento da disfunção erétil (30%), com efeito no aparelho cardiovascular (9%), com ação analgésica e/ou antipirética (9%) e psicofármacos/medicamentos com ação no Sistema Nervoso Central (7%).

 

Segundo dados oficiais, em 2013, a União Europeia apreendeu 3.690.786 medicamentos ilegais, o que corresponde a um valor de 11.974.020 euros
Nesta quinta-feira, uma operação policial contra o tráfico de medicamentos na Internet permitiu apreender 20,7 milhões de fármacos falsificados ou ilegais, no valor aproximado de 81 milhões de dólares (71,8 milhões de euros), em 115 países, informou a Interpol.


Em comunicado, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) indicou que a operação “Pangea VIII”, realizada entre 9 e 16 de junho, resultou ainda em 156 detenções, na abertura de 429 inquéritos, no encerramento de 2.414 páginas ‘web’ e na suspensão de 550 anúncios.

 

Na operação, a maior realizada até agora contra o mercado negro e o tráfico de medicamentos através da Internet, participaram serviços da polícia, alfândega, agências reguladoras e empresas privadas do setor.
Os 20,7 milhões de medicamentos apreendidos constituem um recorde e são o dobro da quantidade alcançada numa operação semelhante em 2013, segundo a Interpol.

 

Produtos nutricionais e medicamentos contra o cancro e a disfunção erétil ou para regular a tensão arterial foram alguns dos fármacos apreendidos.
“Cada vez mais pessoas recorrem à Internet para comprar artigos e os criminosos aproveitam-se dessa tendência para enganar os consumidores para que comprem medicamentos falsos e inclusivamente perigosos (...), sem qualquer consideração pelos riscos para a saúde”, assinala a organização no comunicado.

 

A Cooprofar - Cooperativa dos Proprietários de Farmácia – é um dos principais distribuidores nacionais de medicamentos e produtos de saúde e a maior de capital exclusivamente português.

 

[Fonte: Lusa]

 

23-06-2015